segunda-feira, 28 de maio de 2018

Comme un p’tit coquelicot

Hoje, novamente num registo diferente, veio-me à ideia uma cançoneta francesa de Mouloudji que fez furor nos anos 60 e de que eu gosto muito.Uma melodia suave, um ritmo convidativo. Eis a letra de Comme un p’tit coquelicot:

Comme un p’tit coquelicot - Mouloudji

Le myosotis, et puis la rose,
 ce sont de fleurs qui disent quequ'chose,
 mais pour aimer les coquelicots,
 et n'aimer que ça il faut être idiot » …

T'as peut-être raison, seulement voilà:
Quand je t'aurai dit, tu comprendras
La première fois que je l'ai vue
Elle dormait, à moitié nue
Dans la lumière de l'été
Au beau milieu d'un champ de blé
Et sous le corsage blanc
Là où battait son coeur
Le soleil, gentiment
Faisait vivre une fleur
Comme un petit coquelicot, mon âme
Comme un petit coquelicot

C'est très curieux comme tes yeux brillent
En te rappelant la jolie fille
Ils brillent si fort que c'est un peu trop
Pour expliquer... les coquelicots!

T'as p't-être raison, seulement voilà
Quand je l'ai prise dans mes bras,
Elle m'a donné son beau sourire
Et puis après sans rien nous dire
Dans la lumière de l'été
On s'est aimé, on s'est aimé
Et j’ai tant appuyé
Mes lèvres sur son coeur
Qu'à la place du baiser
Y'avait comme une fleur
Comme un petit coquelicot, mon âme
Comme un petit coquelicot

Ça n'est rien d'autre qu'une aventure
Ta petite histoire, et je te jure
Qu'elle ne mérite pas un sanglot
Ni cette passion... des coquelicots!

Attends la fin, tu comprendras
Un autre l'aimait qu'elle n'aimait pas
Et le lendemain, quand je l'ai revue
Elle dormait à moitié nue
Dans la lumière de l'été
Au beau milieu du champ de blé
Mais, sur le corsage blanc
Juste à la place du coeur
Y'avait trois gouttes de sang
Qui faisaient comme une fleur
Comme un petit coquelicot, mon âme
Comme un petit coquelicot
Comme tout petit coquelicot

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Se - Rudyard Kipling

Deixemo-nos, por agora de piadas. Vou tratar de um poesia muita séria e que tem sido considerada fundamental, não só no domínio poético, mas também no filosófico e até ético. Trata-se do célebre Se, de Rudyard Kipling. Cheguei a ele através das minhas irmãs que andavam entusiasmadas com o poema. E transmitiram-me o entusiasmo. De algum modo, procurei aproximar.me do ideal que o poema expressa. Começo por apresentar o original inglês. Mas o que soube de cor foi. como é evidente, a tradução portuguesa de Féliz Bermudes. Há outras traduções, mas não só esta é, a meu ver, a mais conseguida, como é a mais conhecida.

If - Rudyard Kipling

If you can keep your head when all about you
  Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you,
  But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
  Or being lied about, don’t deal in lies,
Or being hated, don’t give way to hating,
  And yet don’t look too good, nor talk too wise:

If you can dream—and not make dreams your master;
  If you can think—and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
  And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
  Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
  And stoop and build ’em up with worn-out tools:

If you can make one heap of all your winnings
  And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
  And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
  To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
  Except the Will which says to them: “Hold on!”

If you can talk with crowds and keep your virtue,
  Or walk with Kings—nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
  If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
  With sixty seconds’ worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that’s in it,
  And—which is more—you’ll be a Man, my son!





A tradução de Félix Bermudes é a seguinte:




Se - Rudyard Kipling, Tradução de Félix Bermudes

Se podes conservar o teu bom senso e a calma
Num mundo a delirar p’ra quem o louco és tu,
Se podes crer em ti com toda a força d’alma
Quando ninguém te crê, se vais faminto e nu,
Trilhando sem revolta um rumo solitário,
Se à torva intolerância, se à negra incompreensão
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão;

Se podes dizer bem de quem te calunia,
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor,
Mas sem a afectação dum santo que oficia
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor;
Se podes esperar sem fatigar a esperança,
Sonhar, mas conservar--te acima do teu sonho,
Fazer do pensamento um arco de aliança
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho;

Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores,
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores;
Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frazes que disseste,
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu jamais lhe deste;

Se podes ver por terra as obras que fizeste
Vaiadas de malsins, desorientando o povo
E sem dizeres palavra e sem um termo agreste
Voltares ao princípio, a construir de novo;
Se podes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante
Quando no teu corpo afogado em crepúsculos
Só existe a vontade a comandar “Avante!”;

Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre
Se vivendo entre os reis conservas a humildade
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti à luz da eternidade;
Se quem conta contigo encontra mais que a conta,
Se podes empregar os sessenta segundos
Dum minuto que passa em obra de tal monta
Que o minuto se espraia em séculos fecundos;

Então, ó ser sublime, o mundo inteiro é teu,
Já dominaste os reis, os tempos, os espaços,
Mas inda para além um novo sol rompeu
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.
Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem recear jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra--te meu filho, então serás um homem.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Para acabar com o Kurfürst Friedrich

Descobri a tradução, suponho que feita por mim, pelo menos manuscrita com a minha letra, da canção que cantávamos no Curso de Férias da Badische em 1962. Não adianta muito sobre tudo o que já foi dito a propósito desta canção, mas para mim ainda é um documento.

Kurfürst Friedrich – Tradução de 1962

Raivoso revolvia-se um dia na cama
o príncipe (eleitor) Federico do Palatinado;
contra toda a etiqueta, berrou ele com toda a força:
"Como entrei eu ontem na cama?
estive, parece, outra vez borracho!"

 “Ora, um pouco carregado e de esguelha,”
sorriu ironicamente o criado de quarto mouro,
“Mesmo o bispo da benção de Mogúncia
veio junto de mim emborrachado;
foi pois então uma bela festa:
todos outra vez borrachos!”

“Então tu achas que é caso para rir?
alma de escravo, ri pois!
de futuro farei eu de outro modo,
Hassan, ouve o meu juramento:
a última vez, pela fome e pela peste,
seja que eu tivesse estado borracho!

Quero levar uma vida cristã,
inteiramente me dedicarei à contemplação;
e para controlar os meus actos,
registarei num diário,
e espero que vocês não leiam
que eu tenha estado outra vez borracho!”

Quando o príncipe estava a morrer
fez o seu testamento,
e os seus herdeiros encontraram
também um livro em pergaminho.
Dentro estava em todas as páginas:
“Sede razoáveis, querida gente,
Aqui atesto eu:
Hoje estive outra vez borracho!

Daqui podem agora todos ver,
quanto um bom propósito é útil,
e até onde também resiste,
quando o copo cheio reluz?
Brindo por todos os presentes! Probatum est:
Hoje estive outra vez borracho!”

Costa da Caparica - incompleta

Veio--e à ideia uma muito velha cançoneta sobre a Costa da Caparica. Como a decorei, embora muito incompleta?. Onde a ouvi? Seria, como muitas das cançonetas da minha juventude, uma canção de uma revista? Seria cantada por alguma empregada doméstica? Talvez, mas como tem a sua piada, apresento o que sei:

Na Costa da Caparica

Sete horas da manhã, levanta-se a mamã para aquecer o café
E o papá, o dorminhoco, ressonava ainda há pouco, sonhando já estar a pé,
E o Zequinha lá na cama pensava naquela praia tão rica
E em resumo arquitectava como o dia se passava na Costa da Caparica.

Eram oito horas, foram p’ra paragem,
De balde na mão, a mãe com o cão e o pai com a bagagem…


Tem piada, não tem?

segunda-feira, 21 de maio de 2018

4R Quarta República

Que se passa com o blog 4R, que já reuniu peças fundamentais para compreender o descalabro da nossa democracia. Nos últimos tempo só lá escreve Pinho Cardão, e mesmo este sem grande frequência. É ou era um blog de referência, mas agora vê-se definhando por falta de colaboração.
JM Ferreira de Almeida, Margarida Corrêa de Aguiar, Massano Cardoso, Miguel Frasquilho, Suzana Toscano,Tavares Moreira, David Justino: de que estão à espera? Já não se passa algo na política que suscite o vosso comentário?
Ou será que os cargos que ocupam lhes roubam tempo para escrever 4 linhas no 4R?

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Fome de tempo

Seja-me permitido agora publicar um poema da minha autoria. Sim, tenho guardados numa pasta de recordações numerosos papéis, poesias, desenhos, revistas e imprensa estudantil, recortes de revistas e até fotografias. E em jovem tentei a poesia e escrevinhei umas coisas. Mas não era positivamente a minha vocação. E foi assim que esqueci os devaneios poéticos e me dediquei ao estudo da Engenharia Química que me permitiu pagar a côdea que me tem sustentado todos estes anos.

Apesar deste arrazoado, cá vai o meu poema de juventude, ilustrado por um desenho meu da mesma época:

Fome de tempo
Esta fome de tempo, que em vão tento
cobrir de escuridão e esquecimento,
é uma fome antiga mais que o mundo,
mas que nem séculos podem saciar.

Com que sofreguidão vou devorando
os segundos, em busca do instante
definitivo, que fora do tempo
existe, numa nova dimensão!

Mas a barreira de silêncio e medo
que entre mim e o tempo se levanta
é mais forte que a própria eternidade,

Porque esta fome não é do tempo morto,
em si contínuo, em si quotidiano,
mas do prolongamento do presente.

Júlio Freire de Andrade


sábado, 12 de maio de 2018

O noivado do Sepúlcro . Soares de Passos

"Que saudades que eu já tinha da minha alegre casinha, tão modesta como eu". Não, não me vou referir à canção da Milu (assassinada por um grupo de rock qualquer).  Mas a introdução refere-se ao meu regresso a casa depois de ter tido alta dos 10 dias em que tive "a enxerga do hospital por leito". Finalmente liberto do hospital, volto a mudar completamente de estilo. Escolhi um longo poema de Soares de Passos, "O Noivado do Sepulcro", não pela qualidade da poesia, mas porque tenho gravada na minha memória dos tempos de juventude uma paródia muito cómica a este poema. Foi desta paródia que tirei a frase acima. Esta mensagem vale pela paródia, mas, para se compreender o seu significado, é necessário visitar o poema original de Soares de Passos, de que apenas tenho conservados nas minhas memórias as primeiras quadras, mas que é fácil encontrar na net. O poema é muito longo e o tema não é sequer agradável; a morte pode ser objecto poético, mas o tratamento que Soares de Passos lhe dá parece-me lamentável. Mas sigamos para o poema, seguido da paródia. Infelizmente a memória falha-me na parte final. As reticências (...) substituem a falha.

O Noivado do Sepulcro - Soares de Passos

Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou.

Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça ergueu.

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na marmórea cruz.

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou ninguém...
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.

Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:

"Mulher formosa, que adorei na vida,
"E que na tumba não cessei d'amar,
"Por que atraiçoas, desleal, mentida,
"O amor eterno que te ouvi jurar?

"Amor! engano que na campa finda,
"Que a morte despe da ilusão falaz:
"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
"Do pobre morto que na terra jaz?

"Abandonado neste chão repousa
"Há já três dias, e não vens aqui...
"Ai, quão pesada me tem sido a lousa
"Sobre este peito que bateu por ti!

"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.

"Talvez que rindo dos protestos nossos,
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus ossos
"Na fria terra sem vingança ter!

- "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda,
Responde um eco suspirando além...
- "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços tem.

Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c'roa de virgínias rosas
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.

"Não, não perdeste meu amor jurado:
"Vês este peito? reina a morte aqui...
"É já sem forças, ai de mim, gelado,
"Mas inda pulsa com amor por ti.

"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
"Da sepultura, sucumbindo à dor:
"Deixei a vida... que importava o mundo,
"O mundo em trevas sem a luz do amor?

"Saudosa ao longe vês no céu a lua?
- "Oh vejo sim... recordação fatal!
- "Foi à luz dela que jurei ser tua
"Durante a vida, e na mansão final.

"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,
"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
"Quero o repouso de teu frio leito,
"Quero-te unido para sempre a mim!"

E ao som dos pios do cantor funéreo,
E à luz da lua de sinistro alvor,
Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério
Foi celebrado, d'infeliz amor.

Quando risonho despontava o dia,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma tumba funeral vazia,
Quebrada a lousa por ignota mão.

Porém mais tarde, quando foi volvido
Das sepulturas o gelado pó,
Dois esqueletos, um ao outro unido,
Foram achados num sepulcro só.

Soares de Passos, in 'Antologia Poética'


Paródia a O Noivado do Sepulcro (incompleta)


Vai alto o preço da vitela assada
Já meia dose cem vinténs custou;
Hoje é o dobro porque a tal cambada
O preço à carne nem a pau baixou.

Na escura tasca doce paz reinava
Mas eis que a porta a dura mão cedeu;
E o cozinheiro que dormindo estava,
D'entre as panelas a cabeça ergueu.

Ergueu-se, então p’ra que o freguez não fuja,
Esfrega os olhos, assoa-se e ri;
O caldo geme na panela suja
E o gato mia p’ra fazer chi-chi..

Entra um freguez e uma formosa dama
E eis que o par abancou enfim...
E à luz do gás de tão sinistra chama,
Pegou na lista e falou assim:

"Mulher formosa, que adorei na vida,
"E que na tasca não cessei d'amar,
"Toma esta lista, minha massa é tua,
"Escolhe o petisco que te apraz cear."

“Eu, que há três dias, adorado Antero,
"A enxerga tenhpo do hospital por leito,
"Por ter larica e por ser débil quero
"Vitela assada que faz bem ao peito."

"Vitela! engano que na tasca finda,
"Vitela assada! P’ra que presta aquilo:
"Quem da vitela se lembrará ainda
"Depois que está a seis vinténs por quilo?

"A carne é cara, minha doce amada
"Escolhe peixe, vê lá isso então...”
"Rapaz, não ouves,” diz com voz magoada
"Dois pratos já de bacalhau com grão!”



Quando risonho despontava o dia,
Já desse drama nada havia então,
Mais que uma mesa de tasca vazia,


Porém mais tarde, quando foi volvido
Da tasca escura o gelado pó,
Foram achados, um ao outro unidos,
ambos chupando numa espinha só.

Autor desconhecido. Citado de memória.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Kurfürst Friedrich von der Pfalz - August Schneider

Um episódio de doença obrigou-me a interromper o ritmo de publicações neste blog. Agora, conseguida uma ligação à internet mesmo no hospital, volto a convivência dos leitores. Mudando mais uma vez de estilo, decidi rever uma canção que fez parte de umas folhas distribuídas aos estudantes de um curso de férias promovido pela BASF em Ludwigshafen-am-Rhein em 1962. Metade dos estudantes eram estrangeiros e os restantes alemães. Serviu para praticar o meu então pobre alemão e tive mesmo dificuldade em seguir as palestras, mas não só foi muito útil tanto profissionalmente como para prática da língua, como ainda me diverti muito. Além das palestras e das visitas de estudo tivemos um largo programa de diversões e, entre outras coisas, cantávamos esta e outras canções. Foi com surpresa que, por ter as velhas folhas de letras de canções alemãs guardadas em casa enquanto eu me encontro internado num hospital, procurei e achei a canção "Kurfürst Friedrich" abundantemente citada na net. Eis a letra original, a referência a  uma interpretação e uma tentativa de tradução:


Kurfürst Friedrich -  August Schneider


1. Wütend wälzt sich einst im Bette
Kurfürst Friedrich von der Pfalz;
gegen alle Etikette
brüllte er aus vollem Hals:
|:Wie kam gestern ich ins Nest?
Bin scheint's wieder voll gewest!:|

2. „Na, ein wenig schief geladen",
grinste d'rauf der Kammermohr,
„selbst von Mainz des Bischofs Gnaden
kamen mir benebelt vor —
|:'s war halt doch ein schönes Fest:
Alles wieder voll gewest!":|

3. „So? Du findest das zum Lachen?
Sklavenseele, lache nur!
Künftig, werd' ich's anders machen,
Hassan, höre meinen Schwur:
|: 's letzte Mal bei Tod und Pest,
war es, daß ich voll gewest.":| 


4. „Will ein christlich Leben führen,
ganz mich der Beschauung weih'n,
um mein Tun zu kontrollieren,
trag' ich's in ein Tagbuch ein
|:und ich hoff', daß ihr nicht les't,
daß ich wieder voll gewest.":|

5. Als der Kurfürst kam zum Sterben,
machte er sein Testament,
und es fanden seine Erben
auch ein Buch in Pergament.
Drinnen stand auf jeder Seit':
|:,,Seid vernünftig, liebe Leut',
dieses geb' ich zu Attest:
Heute wieder voll gewest!":|

6. Hieraus mag nun jeder sehen,
was ein guter Vorsatz nützt,
und wozu auch widerstehen,
wenn der volle Becher blitzt?
|:Drum stoßt an! Probatum est:
Heute wieder voll gewest!":|
  


Tentativa de tradução para Português (com base no tradutor  Google) com correcções pelo sentido.


1. Uma vez, irritado às voltas na cama,
O Eleitor Friedrich do Palatinado;
contra toda a etiqueta 

rugia em voz alta:
|: Como cheguei ao ninho ontem?
Parece que eu estava outra vez borracho! :|

2. "Bem, um pouco inclinado para o lado",
sorriu ironicamente o camareiro mouro,
"Mesmo o bispo Gnaden de Mogúncia

Me pareceu um pouco tonto -
|: Foi apenas uma bela festa:
Todos outra vez completamente borrachos! ": |

3. "Então? Tu achas isso engraçado?
Alma escrava, pois ri-te então
!
No futuro, eu farei diferente,
Hassan, ouve o meu juramento
|: foi a última vez pela morte e pela peste,
Que eu estarei borracho. ": |

4. "Levarei uma vida cristã,
consagrar-me-ei completamente à contemplação
para controlar minhas acções,
Vou escrever tudo num diário
|: e espero que tu não leias,
que eu esteja outra vez borracho. ":


 5. Quando o eleitor veio a morrer,
 ele fez o seu testamento,
 e os seus herdeiros acharam
também um livro em pergaminho. 
Dentro estava em cada página:
 |: "Seja sensato, querido povo
Eu escrevo para atestar: 
Hoje outra vez completamente borracho! ": |

6. Pelo exposto, todos podem ver
como é útil um bom propósito, 
e como se consegue resistir  
quando uma taça cheia brilha?
|: Portanto! Probatum est: 
Hoje outra vez completamente borracho! "

de Jörg Julius Reisek
O Conde Palatino Friedrich IV., Gen. O "sincero" (1574-1610), foi amplamente conhecido como um eleitor em busca de prazeres. Festivais, caça, jogos e embriaguez dominaram sua vida e trouxeram uma morte prematura. Através da expansão do Castelo de Heidelberg e da fundação de Mannheim, ele arruinou completamente as finanças de seu país. Ele foi o pai do "Rei de Inverno" Friedrich
As anotações do diário do eleito tornaram-se uma triste celebridade. "Eu provavelmente estou borracho novamente", afirmou em diferentes variantes para a posteridade. Isso inspirou August Schneider a criar a música "Elector Frederick", que foi musicada por Karl Hering em 1887.